Me abrace

Não questione quando eu disser 'me abrace'. Não questione, não pense, nem pare. Apenas abrace. Me envolva entre teus braços. Me deixe te sentir. Passe para os meus poros o calor de teu corpo. Não deixe que eu me sinta só. Pode ir, mas quando eu pedir, volte. Quando eu quiser, queira. Não me negue um pouco de você. Quero tudo, ou não vou pedir mais nada. Não quero todo tempo, mas quando quero, quero o tempo todo. Quero sugar teu mel, absorver teu suor no momento de teu êxtase. Quero sentir teu pulsar dentro de mim, controlando meu corpo, num sincronismo de movimentos. Desejo sentir teu perfume. O musk, e o âmbar e o amadeirado, e o cheiro do vinho que tomaste. O cheiro que teu corpo exala, que exala quando me tomas em tua cama, em teu chão, em tuas escadas. Quando me beijas. Então te beijo. Quando eu não beijar, não beije. Mas quando eu beijar, me agarre, me tome, façamos amor desesperadamente. Sem pudores, sem frescuras, sem preconceitos. De todos os modos, todos os lados, todos os tipos, todos os ângulos. Por que te desejo por inteiro, completo, bom e mau, o certo e o errado. Te quero por perto. Te quero em minha solidão. Quando meus olhos tristes procurarem por teus braços fortes e tuas mãos quentes, não me deixe. Me abrace. Me deixe me afogar em teu peito, por que embaixo dessas lágrimas frias, te desejo ardentemente. Um desejo como um fogo. Me ame. E, em suor e gritos, exalemos esse amor por todos os lados, deixando-os escapar pelas fendas nas paredes. E, assim, atacaremos os parentes, os colegas, e os vizinhos...