De quando me joguei no precipício errado


E é esse desejo desmedido que me mede.
É só nessa vontade descabida que eu caibo.
Me liberto no finito.

Me completo no vazio
E me esvazio no caos.

Sobriedade. Não, não a tenho.
Mas para que sobriedade se a arte é sempre ébria?
Se o tempo é louco?
Se uns se esvaziam por tão pouco e desprezam a imensidão.

Mais. Me desprendo ainda amarrada.
Me desgoverno na busca pelo controle.
Mas minha força estar no saber que ainda existem muitas coisas que não sei.

 Eu sou louca, mas você já sabia disso.
Me submeto a repetitivas mortes no espaço de um segundo.
Solidão e inércia.
Mudo frequentemente a ordem de meus passos apenas para saber se ainda é seguro andar.
Mas não ando, caio.

E me levanto confiante em saber...
O que é que eu sei?
É claro, pouco. eu já disse isso.
E você já deve estar cansado de me escutar.
Então dance. E me esqueça.


de 11/06/2013
da Ondina, quando deveria estar no Barbalho